Portfólio Reflexivo de Aprendizagem

Portfólio Reflexivo de Aprendizagem

Curso 34106. Vitrinismo

Portfólio Reflexivo de Aprendizagem

 

Duração: 85 horas.

Começou a  de Janeiro última Sessão  de Abril 2010.

Formadores: Tatiana Ilde Afonso.

Formando: Fernando Guimarães.

 

Esta UFCD tem como finalidade aplicar os conhecimentos que adquiri, aqui revelo os saberes (conhecimentos teóricos), saberes-fazer (conhecimentos práticos) e saberes-ser (conhecimentos sociais e relacionais) adquiridos ao longo do processo da Formação.    
 

Reflexão

Bem-vindo sou o Formando Fernando Guimarães, integrado no Curso EFA de Vitrinismo, a decorrer desde Novembro 2009 nas instalações da ACISM (Associação do Comercio Industria e Serviços do Concelho de Mafra), prevê-se que terminará em Dezembro de 2010. A entidade promotora é a PROFIFORMA – Consultadoria e Formação Profissional, Lda.

O portefólio reflexivo de aprendizagem reflecte o conjunto de aprendizagens que eu adquiri ao longo do processo formativo.

 

 

A minha vida Familiar.

Nasci a 16 de Dezembro na clínica de S. Miguel, às 14h00m da tarde, pesava 2,950 kg. Era um bebé lindo, careca e de olhos azuis. Durante a semana vivíamos em Lisboa, ao fim de semana e nas férias íamos para o Moinho em Cascais.

O meu pai Fernando Andrade da Silva Guimarães nasceu em Mafra , porque o meu bisavô era oficial do exército em Mafra. Completou o curso geral dos liceus no colégio Charles Pierre. Foi Delegado da Propaganda Médica e Presidente do sindicado da Propaganda Médica, pois foi ele que o criou, dava formação estratégia de combate a militares da legião Portuguesa. Em 1971 os médicos diagnosticaram problemas de coração "aperto mitral", foi operado em Londres e cinco anos depois faleceu.

A minha avó paterna Ermelinda Andrade da Silva era uma mulher muito bonita era modelo viajava muito pelo mundo com seu Pai. O Pai da minha avó, meu bisavô, foi presidente da comarca de Lisboa quando foi a Implantação da República.

A minha mãe Maria Dinah Nobre Lourenço da Silva Guimarães tirou o curso geral dos liceus. Trabalhou no Instituto Luso Fármaco na Propaganda Médica. Trabalhou no departamento Informático na EPI (Escola prática da infantaria). Exerceu enfermagem no Canadá. Hoje nas horas livres frequenta Universidade da 3ª idade

A minha avó materna Maria da Conceição Ribeiro Nobre foi professora primária do ensino básico. Faleceu com 85 anos. O meu avô materno Guilherme Ribeiro Nobre era comandante dos Bombeiros da Cruz de Malta em Lisboa.

Voltando a falar de mim, era uma criança muito viva, comecei a gatinhar aos 6/7 meses e só a andar aos 14 meses. O animal preferido era o meu cão um dobermann, quando o agarrava levava algumas lambidelas, a forma natural de lavar a cara, era agradável e quentinho acho?!. Quando o cão não estava por perto, eu ficava fascinado pelos bichinhos que encontrava no jardim, era uma alegria ver coisas tão bonitas naquele meu mundo. Os “bichinhos de contas” eram os meus favoritos, eram engraçados e não andavam muito rápido e eu podia acompanha-los, eles fechavam-se parecendo uma bola, depois como por magia eles abriam-se e começavam a andar novamente.

Uma vez, meus pais e um casal de amigos estavam na sala a falar e a beber, eu andava por ali nas minhas brincadeiras de criança, quando dei por mim estava sozinho na sala, era altura ideal para fazer uma investigação mais detalhada, numa mesinha, estavam uns copos e muita coisa que nunca tinha visto, resolvi explorar com cuidado, porque andavam sempre de olho em mim, não tinha liberdade para as minhas descobertas… comecei por saborear tudo aquilo que achava interessante, comecei pelos aperitivos e acabei nas bebidas… nos restinhos que estavam nos copos, apreciei de tal forma, que procurei alguns dos meus amiguinhos para partilhar a minha descoberta, e de gatas lá fui eu á procura... mas uma parede impedia-me de gatinhar, com tanto espaço, logo a parede foi-se meter a minha frente, com tantas tentativas de seguir em frente, acabei por ser descoberto... e a empregada deve ter achado estranho e em tom de alarme disse qualquer coisa como: Dona Dinah o bebé não está bem! Claro que não estava bem! E tinha motivos para isso certamente, um bocadinho zonzo! E ainda por cima tinha uma parede estúpida no meio do caminho, e com tanta cabeçada, não sabia bem por onde havia de ir... A minha mãe apresou-se e foi ao meu encontro, pegou-me ao colo e ficou admirada, com o perfume que usava, bem para um bebé não é usual, mas dadas as circunstâncias sentia-me crescido dava um toque de macho latino, aquele chanel escocês... talvez por isso que não goste de whisky novo, mas do velho bebo…

Aos 14 meses em vez de andar eu corria, porque quando andava mais devagar perdia o equilíbrio e caía. Imaginem nem dá para acreditar, mas é verdade! Até o cão se assustava, quando eu tomava a direcção dele e pior era quando não tinha alternativa para fugir, e decidia brincar comigo...

Com 2 anos continuava a dar dores de cabeça à minha mãe ao meu pai e à empregada e até ao cão… enfim, de certa forma os psicólogos tinham sempre clientes.

Nesta altura já corria, e quando via o caldo entornado fugia normalmente a correr. Quando a minha avó Celeste nos visitava e ajudava nas tarefas domésticas. Contam que tinha roupa branca em alguidares para depois colocar a corar e eu fiz o favor de espalhar toda a roupa na relva, ficando de varias cores, a roupa e a minha avó... acho que o cão também colaborou mas, o castigado fui só eu, ou quando me davam o penico para fazer as necessidades sólidas, escusado será dizer que tinham de ficar por perto, a minha avó esperava ou desesperava, e quando dava conta, havia na relva uns quantos montinhos e o penico limpinho... claro utilizava-o nas minhas brincadeiras como capacete, quase sempre era momento para correr e correr muito porque nessa altura as palmadas não eram proibidas e até diziam as más-línguas que fazia bem, e quando não desistiam de correr atrás de mim, mergulhava na piscina, tomava banho eu e a família quase toda...

Uma das poucas recordações que eu tenho com o meu pai foi um dia em que fomos passear de mão dada pela vila de Cascais, tinha um grande e saboroso chupa com muitas cores mas, um menino que também passeava com o seu pai resolveu tirar-mo, fiquei indignado e no meu silêncio continuei a passear, quando tive oportunidade escapei, fui ter com o menino, tirei-lhe o chupa e de seguida regressei calmamente para perto do meu pai, deixando o menino a chorar, e que choradeira!... O meu pai não se apercebeu, mas alertado pela choradeira preparava-se para mais uma vez castigar-me, mas fui salvo, o pai do menino que explicou e pediu desculpa. Depois de eu ter dado umas quantas lambidelas foi oferecer o meu chupa, a razão para tal atitude, penso que foi devido aos decibéis provocadores do menino, o meu pai ficou sensibilizado pela minha atitude e comprou-me outro.

Aos 5 anos fui viver com a minha avó (materna) conhecida como "Dona Celeste" ou "A Professora". O meu pai faleceu e a minha mãe foi para o Canadá. E eu, fiquei só no meio de recordações.

Como a minha avó era professora e andava de aldeia em aldeia a dar aulas, eu acompanhava-a, levantava-me cedo e chegava a andar alguns quilómetros a pé, durante o dia ficava com os alunos na sala de aula a noite ficava na esperança de ser salvo.

Quando tinha 7 anos a minha avó reformou-se, ficou em casa e acompanhou no meu percurso escolar e não só, sempre presente como num regime ditatorial, talvez por culpa do meu bisavô "o tenente Nobre" conhecido como um oficial  respeitado e exigente da Escola Pratica de Infantaria, tinha que andar na linha, de certa forma não tinha espaço nem liberdade para a minha veia artística "os disparates" uma injustiça para uma criança...tinha que tornar num homem em ponto pequeno… Mas teve o lado positivo, porque aprendi muito, aprendi valores que não via nas outras crianças, o sentido da responsabilidade, da organização e do comportamento….

Quando comecei a ter um pouco de liberdade deu-se o 25 de Abril e eu abusei dessa liberdade, esquecendo alguns sábios princípios. Aos 16 anos tentei ser uma pessoa independente, deixei de estudar para comprar um carro e viajar pelo mundo, mas como o mundo era muito grande e o mealheiro era pequeno, fiquei pelo carro. Até casar fiz um percurso profissional e vivi algumas aventuras.

Aventuras essa que por vezes ao recordar sinto... ora vejamos, certo dia quando lavei e estendi roupa, exactamente naquele preciso momento começa a chover. Dois dias de chuva... pela manhã antes de sair para o trabalho , resolvo retirar a roupa do estendal e metê-la a secar na sala... Teve um dia de sol brutal. Tenho mesmo um extraordinário sentido, depois destas e outras conclui ter por perto uma companheira...

Aos 26 anos conheci a Mafalda, agora minha esposa, costumo dizer que conhece-la, foi ter a certeza que encontrei uma amiga, que foi um sonho que se concretizou na minha vida e será para sempre a minha melhor recordação. Namorámos 8 anos e depois casei no dia 18 de Agosto de 2001 na Basílica do Palácio Nacional de Mafra às 11h00m. A cerimónia foi celebrada pelo pároco de Sto André, Mafra, Padre Ezequiel e animada musicalmente por alguns amigos. Foi uma cerimónia que a todos interpelou, pela simplicidade e alegria. Depois das fotos da praxe no jardim do palácio, seguiu-se o copo de água na APERCIM, uma instituição de ajuda a deficientes. Foi uma tarde muito animada de convívio, música, alegria e dança. Foi um dia inesquecível. No dia seguinte, partimos em lua-de-mel para a Madeira…

 Cinco anos depois nasceu o Pedro Miguel Guimarães, uma grande bênção na nossa vida. O Pedro é um bebé muito bonito, bem-disposto, é alegria de toda a nossa família… até ao dia que descobrirem que ele tem os genes do Pai...

O que mais me surpreende na humanidade?


Os homens... porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.


E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro.


E vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.

Dalai Lama